As trocas de farpas entre Bolsonaro e o presidente eleito da Argentina, Alberto Fernández, ganharam um novo capítulo no último fim de semana, quando o governo brasileiro informou que não enviaria representante à posse, marcada para esta terça (10/12).

Em novembro, Bolsonaro havia decidido que seria representado pelo ministro da Cidadania, Osmar Terra. Neste domingo (08/12), chegou a informar que o Brasil não estaria presente na solenidade. No fim da tarde de segunda voltou atrás e afirmou que enviaria o vice, Hamilton Mourão.

A última vez que um presidente brasileiro não esteve na posse de um presidente argentino foi em 2002, quando o país, que ainda digeria a crise de 2001, trocou de presidente pela quinta vez desde a renúncia de Fernando de la Rúa. Eduardo Duhalde assumiu poucos minutos depois de ser eleito pela Assembleia Legislativa.

Parte dos analistas econômicos e representantes de setores exportadores brasileiros não acreditam que o clima de animosidade entre os dois políticos, que começou ainda antes das eleições argentinas, terá desdobramentos práticos. A avaliação é de que, como os dois países são bastante interdependentes – e diante da desaceleração da economia global -, o pragmatismo falará mais alto.

Mas quais consequências práticas que um eventual afastamento da Argentina teria para o Brasil?